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Publicado em: 29/07/2022 - Autor: Eneas Barros - Visto: 3008 vezes
"Macauã" é uma ficção entremeada de personagens históricos e mitológicos, que em algum tempo passado participaram ativamente da formação cultural das civilizações. Os ambientes descritos foram adaptados para gerar um enredo que se passa há pelo menos 3 mil anos. Alguns acontecimentos foram adicionados para criar uma referência temporal. A descrição de aspectos da vida em sociedade, em uma época tão distante, pode apresentar pequenas divergências por conta das infindáveis fontes de pesquisa que tratam de costumes antigos. Embora a arqueologia forneça elementos para a reconstituição da vida social em épocas remotas, é sempre intrigante rebuscar a maneira como as pessoas faziam as suas refeições, de que forma dormiam, o que comiam, como se relacionavam no comércio, como realizavam as suas atividades de lazer, o que serviam e como eram os serviços de bares e restaurantes, a produção do conhecimento e uma infindável relação de atitudes que muitas vezes nos põem à prova, na hora de relatá-las em um ousado trabalho de investigação histórica.
Na época de referência em que se passa o romance, entre os séculos XII e VII antes de Cristo, as atividades comerciais e culturais desenvolvidas às margens do mar Mediterrâneo estavam em efervescência. Os povos semitas que dominavam a região lutavam pelo poder, pelo domínio de terras e pela consolidação de suas tendências religiosas. As navegações fenícias procuravam o Estreito de Gibraltar, desenvolvendo alianças para alcançar o Atlântico e estabelecer novas colônias. Segundo estudiosos da arqueologia bíblica, as primeiras escrituras foram produzidas naquele período, culminando com a sua compilação no reinado de Josias (639-609 a.C.), décimo sexto rei de Judá. Instalava-se na região o monoteísmo de Moisés, influenciado pelo faraó Akenaton, da XVIII Dinastia (1350-1334 a.C.), que impôs ao Egito o Sol como divindade única.
O romance deixa o Mediterrâneo, cruza o Atlântico e desenrola-se em uma região onde hoje se encrava o estado do Piauí. Os navegantes adentram as terras do norte pela foz do rio Parnaíba, aqui chamado Gretes. Alguns estabelecem-se em Sete Cidades (Septem Urbes), enquanto outros fixam-se em Teresina. Os nomes foram criados tendo como referência as grafias da época. É uma ficção com fundamento histórico, que descreve ambientes urbanos com base em cidades da Mesopotâmia, como a monumental e bela Nínive. As navegações deixaram fortes traços culturais, influenciando o estrangeirismo e o culto religioso. Por isso muitos nomes de pessoas e lugares foram adaptados, para facilitar o conhecimento de certas terminologias específicas da época ou para esclarecer costumes indígenas, caso o leitor sinta essa necessidade de busca.
As lendas e o panteão mesopotâmico enriquecem as descrições dos costumes religiosos, enquanto algumas citações são fundamentadas em estudos como o da bióloga Erica Pacífico, especialista em aves. Ela afirma que os índios Tupinambás recebiam de forma "benéfica" o canto da ave Acauã, usando inclusive rituais para evocá-la e ouvir os antepassados. Dessa informação se originou o nome do personagem central da trama e o título do livro - Macauã, uma outra variação para o nome da ave.
Aqui inúmeros personagens se cruzam, cada um carregando as intempéries de uma época bem menos povoada do que se possa imaginar. É do calor desses relacionamentos que nasce uma intriga levada pelo fanatismo cultural, que vê nos deuses a salvação de suas almas, transformando a vida em mera espectadora das ações que se sucedem. O livro apela ainda para o respeito às culturas locais, especialmente as indígenas, muitas vezes fragilizadas pela desigualdade de força frente aos dominadores que chegam com suas ferramentas poderosas e argumentos que soterram os mitos e ídolos de muitas gerações.
Eneas Barros
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